segunda-feira, outubro 30, 2006

Electroma retrô do Daft Punk


Quarta-feira, 25 - ELECTROMA

Dei uma pausa na Mostra nessa quarta para conferir uma estréia nos multiplexes locais. Pequena Miss Sunshine entra em breve no circuito em Recife e já está em cartaz aqui, quando as distribuidoras aproveitam o hype da Mostra para exibir filmes comerciais com um certo charme 'cabeça'. O filme é uma boa comédia, com um elenco impagável (Toni Collette, Steve Carell, Alan Arkin), cotada para o Oscar. Leia mais em breve no Kinemail. Voltemos à Mostra SP:

Falando em hype, a sessão concorrida dessa quarta é a estréia de Electroma, o primeiro longa da dupla de músicos franceses Daft Punk, ou Guy Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter. Sessão lotada de 'muderninhos', digna de tirinha de Angeli, alguns espectadores sequer sabiam que o filme não tinha trilha sonora da dupla, informação bem divulgada nos programas e jornais. O filme é um projeto conceitual bastante coerente com o trabalho musical e de videoclipes da dupla (que está atualmente aqui para shows no TIM Festival), mas me pareceu insuportavelmente longo, com 74 minutos de duração, para contar a odisséia de dois robôs (os próprios diretores-atores) tentando tornarem-se humanos. Road movie futurista, sem diálogos, o filme pode ser resumido em dez ou doze cenas básicas, conduzidas com excelente intervenções de música pop de Brian Eno, Curtis Mayfield e Todd Rundgren, e eruditas de Franz Joseph Haydn e Chopin.

A influência mais óbvia vem do clássico THX-1138, estréia de George Star Wars Lucas (1971), que define o tom setentão do design de Electroma. Percebi ainda umas sacadas chupadas de Zabriskie Point (1970), de Michelangelo Antonioni, clara influência também na narrativa pontuada pela incomunicabilidade e melancolia. A imprensa também comenta a influência de Gerry (que eu não vi), de Gus Van Sant, o filme-irmão de Elefante. Ao final da sessão, fica a impressão de uma curiosa e válida experiência cinematográfica mas também a decepção por ser apenas uma diluição, um filme-homenagem, que não tem muito a acrescentar e, embora seja graficamente fascinante, esvai-se rápido da mente. Melhor rever o emblemático THX-1138, especialmente na luxuosa edição em DVD duplo lançada no Brasil.

3 comentários:

Anônimo disse...

Rapaz, e por falar em Daft Punk, o show deles no Tim foi fantástico, hipnótico. Uma experiência audio-visual única. Você - que é designer - ia gostar! Mais detalhes na coluna no fim desta semana. Abraços.

Anônimo disse...

Sim e também o show dos Beastie Boys foi arrasador! Acho que - junto com Patti Smith - foram os melhores shows do festival.

Fernando Vasconcelos disse...

O filme do Beastie Boys é muito legal. Não vou mais pra Curitiba, perder o Beastie Boys é de doer! Rsrsrs A imprensa é unânime de que eles fizeram o melhor show do TIM Festival. Sobre o Daft Punk, sei que o show é imperdível, até como design, mas um amigo meu falou que foi muito curto e ele esperava bem mais, arrependeu-se de pagar 150 paus pelo show dos caras. Aqui em SP eles vieram ao vivo para a sessão. Depois leia mais sobre os filems da Mostra. Os asiáticos estão arrasando, mas o público médio não gosta...