sexta-feira, outubro 27, 2006

Nip Tuck do coreano Kim Ki-Duk


Terça-feira, 24 - TIME

Kim Ki-Duk virou um queridinho da crítica especializada e dos seletos consumidores de 'cinema de arte' aqui no Brasil, com o sucesso de Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera (2003) e A Casa Vazia (2004). Gosto do primeiro e acho o segundo um tanto afetado. Esse novo Time veio confirmar minha desconfiança do cinema 'moderno' desse diretor asiático. Curiosamente, o ponto de partida da trama me lembrou muito a série de TV Nip Tuck, que assisto fielmente. Time começa com um casal jovem e bonito em crise de namoro. Ela, ao passar na frente de uma clínica de cirurgia plástica, esbarra numa mulher que acaba de sair, com o rosto coberto por máscara e óculos escuros. Decide então mudar de rosto. Antes que o doutor pergunte (como o Dr. Troy de Nip Tuck, iniciando sempre os episódios da série com a pergunta What you don't like about yourself?), ela explica que não quer ficar mais bonita, quer sim um novo rosto. Time quer filosofar sobre a questão da relação do homem com a imagem, o vazio da sociedade capitalista, crise de indentidade etc, mas é muito superficial, esteticamente afetado e até ultrapassado na sua proposta 'artística'.

Dessa vez há bastante humor em cena e o filme torna-se divertido e agradável de ver até para o público médio. Infelizmente, o humor fica entre o engraçado e o ridículo, já que o filme dá voltas e revivoltas, sem saber direito onde quer chegar. Em resumo, um blefe de autor. É o tipo de filme onde os casais encontram-se 'poeticamente' num parque de esculturas eróticas, cheio de significados simbólicos, e a direção de fotografia é linda, com composição de cores e texturas para encantar os admiradores desse tal 'cinema de arte'... Promete novo sucesso de Kim Ki-Duk no circuito alternativo.

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