terça-feira, outubro 31, 2006

Ben Affleck, melhor ator em Hollywoodland


Sexta-feira, 27 - HOLLYWOODLAND - BASTIDORES DA FAMA

Apesar de entrar em breve no circuito comercial, não pude deixar de conferir Hollywoodland - Bastidores da Fama numa sessão matinal de cabine para imprensa. O filme é um bom drama noir sobre o pouco esclarecido suicídio do ator George Reeves, o primeiro Superman do seriado de TV, em 1959. O filme parte da investigação por conta própria do detetive Louis Simo (Adrien Brody) sobre o caso. Louis descobre que Reeves mantinha um caso com a esposa (Diane Lane) de um produtor de Hollywood que lhe abriu as portas para a fama e começa a imaginar uma trama de assassinato passional do ator. Nem precisa dizer que, recentemente, lembramos logo de Dália Negra, de Brian De Palma. O formato de Hollywoodland é mais convencional e, dentro de suas pretensões, é um filme melhor. Vindo da TV, o diretor Allen Coulter dirigiu episódios de Arquivo X e Os Sopranos e estréia bem no cinema. Deve render indicações ao Oscar.

Hollywoodland deveria chamar-se Truth, Justice and The American Way, o lema do Homem de Aço. Mas, no mesmo ano de Superman Returns, a Warner vetou o título, que foi trocado para remeter mais a Hollywood do que ao Superman. O filme chamou atenção por ter vencido o prêmio de melhor ator para Ben Affleck no prestigiado Festival de Veneza desse ano. Com uma carreira praticamente enterrada em Hollywood, vindo de um filme ruim atrás do outro e péssimas atuações, Ben Affleck tem aqui uma oportunidade de renascer em Hollywood. O prêmio é, ao certo, um exagero, pois sua participação é coadjuvante. E sua atuação não chega a impressionar. Ironicamente, ele está muito bem no papel por George Reeves ter sido um ator medíocre que sonhou alto demais em Hollywood. Antes de suicidar-se (o filme não levanta nenhuma prova de possibilidade de assassinato), Reeves estava deprimido e queria tornar-se diretor, visto que sua carreira como ator ficou amaldiçoada pela estampa do Superman, adorado pelas crianças americanas noa anos 50, incluindo o filho do detetive Louis Simo, separado da mulher (Molly Parker), num típico papel de detetive noir decaído.

Hollywoodland - Bastidores da Fama (que subtítulo horrível!) garante uma boa sessão de cinema e, para cinéfilos, oferece um painel muito interessante da Los Angeles dos anos dourados e entrelinhas sombrias, com curiosidades como saber que George Reeves foi rejeitado do cast de A um Passo da Eternidade por ter provocado risos da platéia-teste, que não conseguia ver o Superman em qualquer outro personagem.

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