quarta-feira, novembro 03, 2010

Melodrama correto e previsível


Eu admiro bastante o cinema da dinamarquesa Susanne Bier, que faz melodramas poderosos que poderiam estar numa novela das oito, não fosse o intenso registro humano e verdadeiro que Susanne imprime aos personagens e situações, sempre envolvendo tragédias e perdas pessoais, como em Corações Livres, Brothers (que teve remake americano) e Depois do Casamento (indicado ao Oscar de filme estrangeiro). Mas com esse novo EM UM MUNDO MELHOR, a coisa já começa a ficar repetitiva e, portanto, sem o mesmo impacto. Sem medo da fórmula 'cinema com mensagem', o filme conta a história de duas famílias desfeitas, uma por divórcio e a outra por viuvez precoce, que se unem em torno do relacionamento de seus filhos. São dois garotos, um tímido e passivo e o outro perturbado pela morte da mãe, vítima de cancêr. A amizade entre os dois levará ao extremo deles fabricarem uma bomba caseira, para explodir o automóvel de um sujeito que agrediu o pai de um deles, um médico pacifista, que trabalha num país africano devastado pela miséria. O roteiro é bem conduzido, apesar de previsível, e os atores são muito bons, especialmente os garotinhos. Mas não dá pra aturar quando se procura emocionar o espectador com imagens de crianças africanas em câmera lenta, em sequências tão clichês que parecem anuncis publicitários de ONGs. E, por favor, alguém desliga essa trilha sonora redundante?

EM UM MUNDO MELHOR
de Susanne Bier Dinamarca 2010
Visto em 30/10 no Reserva Cultural 1
Por Fernando Vasconcelos
Cotação: REGULAR

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