sábado, outubro 31, 2009

Amor de mãe é foda! (2)


Aos 17 anos, o canadense Xavier Dolan escreveu, produziu, protagonizou e dirigiu EU MATEI A MINHA MÃE em pobre câmera digital. Depois de experiências frustradas com Apenas o Fim e Colin, filmes dirigidos por jovens cineastas, fui com os dois pés atrás pra sessão, mesmo sabendo do sucesso e da badalação no Festival de Cannes desse ano. Para a felicidade geral da nação, o filme é uma boa surpresa. A história gira em torno da relação de amor e ódio entre Hubert (o próprio Dolan) e sua mãe Chantale (a ótima Anne Dorval), dupla que não se entende de forma alguma. Além disso, Hubert iniciou recentemente suas experiências homossexuais. Os diálogos são escritos e interpretados com muita segurança e verossimilhança, impossível não reconhecer aquele tipo de relacionamento nas famílias modernas. Dolan encara o assunto com maturidade e um humor quase negro, encontrando soluções razoáveis para os entraves da premissa. EU MATEI A MINHA MÃE está longe de ser um filme perfeito (há vários momentos piegas e uma dispensável cena de sexo perto do fim que nada acrescenta), mas vale muito a visita, já que é uma das raras oportunidades de ouvir uma geração pouco comunicativa direto da fonte. Filme é candidato do Canadá para concorrer a uma vaga no Oscar do ano que vem.

Por Filipe Marcena
Cotação: BOM
Visto em 28/10 no Unibanco Arteplex

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