Terça 23 - SAVAGE GRACE EUA/Espanha, 2007
Já cansado no quinto (!) filme dessa terça-feira, não achei grande coisa o aguardado novo filme de Tom Kalin, de quem não ouvia falar desde Swoon - Colapso do Desejo, filme marcante
do início dos anos 90, sobre caso real de casal de homossexuais que mataram um amigo para provar que escapariam da justiça. Caso inspirou o Festim Diabólico (Rope, 1948) de Alfred Hitchcock. SAVAGE GRACE conta outro caso verdadeiro de escândalo sexual, agora numa rica família norte-americana. Julianne Moore é Barbara Daly, esposa de herdeiro da indústria de plásticos. O nascimento do primeiro e único filho abala a estrutura do casamento. O garoto é um fracassado aos olhos do pai. Ele torna-se cada vez mais próximo da mãe solitária. Numa viagem à Europa (já adolescente, vivido em corajosa atuação por Eddie Redmaine, que foi o filho de Matt Damon em O Bom Pastor) ele conquista um rapaz e uma moça nas praias da Espanha. A moça terá um caso com o pai, dando fim ao casamento. Depressiva e desequilibrada (papel que sempre cai como uma luva para Julianne Moore), a mãe passa a procurar amantes. Com um deles, dividirá a cama com o próprio filho, já assumidamente gay. O incesto consumado não demora a acontecer, numa cena forte, desconcertante, em que só a classe de Miss Moore para não torná-la grosseira, apelativa. O desfecho caminhará para assassinato. A platéia deixa a sala entre o choque e o riso nervoso. Mas, além do choque, e do 'baseado em história real', SAVAGE GRACE não ficou na minha memória. Vale comentar que a direção de arte é extraordinária. O filme atravessa décadas (de 40 até 70) com sutileza nos detalhes de figurino e mobiliário, numa produção de visível baixo custo. Longe de parecer pobre, o resultado visual é bastante sofisticado. Terça-feira 23, meu recorde na Mostra: 5 filmes vistos! E, enfim, comentados.
Cotação: bom, pra menos